Leia mais

“a thing of beauty is a joy forever”

Retrospectiva literária 2022



Assim como 2022 foi um ano em que vivi para dentro, também foi um ano em que deixei muita coisa pela metade. Nem sempre havia um porquê exato - às vezes, estava lendo ou assistindo a um filme quando me chamavam, eu ia ver o que era, deixava a obra de lado e nunca mais. Também aconteceu de eu sentir que não era a hora para aquela leitura e deixá-la guardadinha, esperando pelo momento certo. 

Mas 2022 foi um ano estranho em todos os aspectos. Eu estava passando por muita coisa - e isso se refletiu nas minhas leituras. Passei quatro meses inteirinhos sem ler um livro sequer. De abril a agosto, tudo o que li foi do trabalho - as leituras pessoais, de que gosto tanto, simplesmente não foram feitas. Embora eu faça uma meta de ler 50 livros por ano, isso não é nada extremamente fixo: leio o que quero e o que gosto e pronto. Se forem 50, que bom; caso contrário, tudo bem também. Mas justamente por causa de todos esses meses sem ler nenhum livro, achei que não fosse concluir o ano com 50 livros lidos - contudo, li exatamente essa quantidade. 

E foi bom demais. Mergulhei em poesia como não fazia há tempos. Sempre amei poesia - foi uma das minhas primeiras paixões -, mas, por um tempo, passei por outros caminhos. O reencontro poético aconteceu por causa de John Keats, poeta romântico do início do século XIX que marcou profundamente o meu 2022. Também li muitas coisas relacionadas à Grécia antiga - desde textos escritos naquela época até releituras a respeito de mitos e deuses. As palavras de Shakespeare também se fizeram presentes no meu ano - o que foi ótimo, pois amo demais os escritos do bardo inglês. 

Também li muitos romances românticos, seguindo com um gosto que descobri no ano retrasado, assim como li bons livrinhos no Clube do Livro QC - e me surpreendi demais com as leituras e releituras. Alguns livros que já tinha lido há um tempão e amado, não gostei tanto dessa vez; já outros, amei ainda mais. Foram ótimas leituras no geral - e o melhor talvez seja a conversa que sempre rola nos encontros do clubinho. As gurias que participam são umas queridas. É bom demais fazer um clube do livro. 

Bem, vamos para a lista do que foi lido em 2022. Como sempre, tenho quase certeza de que estão faltando alguns títulos (os próprios apps de registro de leituras, Goodreads e Skoob, marcam números diferentes do que foi lido neste ano, risos), mas vamos lá. Aqui estão os (pelo menos) 50 livros que li no ano passado: 

Lidos em 2022

Um toque de escuridão • Cilada para um marquês • A uma taça feita de um crânio humano • Entre a culpa e o desejo • Entre o amor e a vingança • Entre a ruína e a paixão • A época da inocência • Hamlet • Nunca julgue uma dama pela aparência • Um quarto com vista • Perigo para um inglês • Circe • O visconde que me amava • Bright Star: love letters and poems of John Keats to Fanny Brawne • Um perfeito cavalheiro • Os segredos de Colin Bridgerton • Para Sir Phillip, com amor • O conde enfeitiçado • Um beijo inesquecível • A caminho do altar • E viveram felizes para sempre • As 29 poetas hoje • Harry Potter e a pedra filosofal • As bacantes • Nas invisíveis asas da poesia • Góticos • A diferença invisível • O papel de parede amarelo e outras histórias • Lumberjanes, vol. 1 • Coração mal-assombrado • Ou isto ou aquilo • Bartleby, o escrivão • Lore Olympus, volume um: histórias do Olimpo • Lore Olympus, vol. 2 • Lore Olympus, vol. 3 • Lore Olympus, vol. 4 • Mrs. Dalloway em Bond Street • Só o amor é real • Muitas vidas, muitos mestres • A fera na selva • Milagres acontecem • Carmilla • Padre Sérgio • The letters of Fanny Brawne to Fanny Keats, 1820-1824 • Noite na taverna e Macário • Terror depois da ceia • Lore Olympus, volume dois: histórias do Olimpo • As convidadas • Tender is the flesh • A tempestade

Maior livro

A época da inocência, de Edith Wharton, com 416 páginas.

Menor livro

As bacantes, de Eurípedes, com 91 páginas.

Melhores do ano


A época da inocência, de Edith Wharton
Hamlet, de William Shakespeare
As bacantes, de Eurípides
Nas invisíveis asas da poesia, de John Keats
Lore Olympus, de Rachel Smythe
O papel de parede amarelo e outras histórias, de Charlotte Perkins Gilman
Um quarto com vista, de E. M. Forster
A fera na selva, de Henry James
Coração mal-assombrado, de Gih Alves

Melhores releituras

Carmilla, de Sheridan Le Fanu
Noite na taverna, de Álvares de Azevedo

Quote preferido

“I find that I cannot exist without poetry—without eternal poetry—half the day will not do—the whole of it.”

(JOHN KEATS, em carta a J. H. Reynolds datada de abril de 1817)

Me acompanhe no Goodreads e no Skoob ♥

Comentários

  1. é bom demais desapegar a entender que tudo bem não querer continuar um livro, né? em 2022 também parei de ler alguns porque tava pesado ou simplesmente chato. me identifiquei também com suas pausas. esse ano foi difícil e afetou totalmente meu ritmo e meu ânimo pra ler. ao mesmo tempo, em alguns momentos senti que só a leitura poderia me por pra cima, sabe? muitas emoções rs

    adoro fazer essa retrospectiva literária. vou ver se faço essa semana a minha :)

    feliz ano novo, mia!

    ResponderExcluir
  2. Tenho visto muita gente falando a mesma coisa, que foi um ano difícil pra ler. Eu mesma que me considerava uma "máquina" de leitura, pois sempre li muito rápido, venho no passinho da tartaruga pra concluir um simples livro. Ainda assim consegui ler bastante no ano, 76 livros, ainda que eu não me sinta satisfeita pela forma como li. Sinto que li melhor em outros anos.

    O quanto de pandemia tem nisso? Não sei. Mas foi um ano em que voltei ao trabalho, mesmo não podendo, sofrendo com dores intensas e muito cansaço. Então acho que isso acabou influenciando bastante também.

    ResponderExcluir
  3. Sabe que você não é a primeira pessoa que eu vejo falando que entrou em contato com John Keats no ano passado? Na verdade, eu também me encaixo nisso, no meu caso por conta de Hyperion Cantos, que inclusive recomendo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Form for the Contact Page